sexta-feira, 11 de junho de 2010

A solução de quem não quer perder aquilo que já tem

O rapaz leu Memórias Póstumas de Brás Cubas, do Machado de Assis e saiu repetindo, maravilhado: “ao vencedor, as batatas!” Em seguida, leu Quincas Borba para aprofundar-se no Humanitismo.

Decidiu cursar filosofia. Leu tudo sobre o assunto competição. Preparou resenhas, escreveu artigos científicos, apresentou palestras, tornou-se um especialista na área. Conheceu Diógenes, o Cão, largou a faculdade e foi morar em um barril.

Também gostava muito daquele verso do Los Hermanos: “Eu que já não quero mais ser um vencedor”. Então ele teve a epifania: os males da nossa sociedade vinham da competição entre os homens.

Resolveu criar uma religião que desprezasse qualquer contenda. Seria a redenção do homem pelo homem. Foi tachado de comunista, de perdedor, de arrogante.

Hoje ele luta para que sua religião ganhe notoriedade e a humanidade conheça a verdadeira felicidade através de seus ensinamentos, mas não tem dinheiro para publicar seu livro, e seus amigos querem assistir à Copa.

Do mano Igor, autobiográfico, talvez?

Um comentário:

  1. Talvez a profecia se cumpra e em 2020 o Primeiro Impacto chegue, Irmão Igor. De todo modo, a Obra tem caminhado...

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