Eu costumava sonhar pequenos dragões todas as noites. Nos meus sonhos eles eram de todos os tamanhos, formas e cores, voando e soprando fogo de um lado para o outro como se brincassem de fazer espetáculos de piruetas pirotécnicas, algo meio circense, meio conto de fadas.
Mas quando eu prestava atenção nos rostos deles, sentia um calafrio que me deixava nervoso, pois todos ostentavam um sorriso de ironia maligna. E quando percebiam minha inquietação davam pra gargalhar perversamente, girando no ar em meio a um caos de fogo.
Certa noite um desses dragões escapou do meu sonho e, rindo maldosamente, colocou fogo em minha casa. Ainda consegui escapar do incêndio com vida, mas perdi tudo o que havia conseguido juntar em todos esses anos.
Hoje em dia eu já consigo dormir a noite toda, mas, por medo dos dragões, deixei os sonhos para trás.
Eu tento fingir que não deixei os sonhos para trás.
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