domingo, 9 de maio de 2010

Amor tantalônico

Tântalo foi aquele cara condenado por Zeus a ficar em um pequeno poço por toda a eternidade passando fome e sede. Sempre em pé, tentava tomar a água que lhe batia no queixo, mas ela escoava; tentava pegar os frutos ao alcance de seu braço, mas o vento afastava-os. A eternidade é muito tempo, por isso ele foi liberto do flagelo. Magro e desidratado, foi acolhido por um Velho e por sua Bela Filha.

Após tanto tempo sofrendo, aprendeu que não podia ter tudo o que queria. Contentava-se com o pouco que lhe era oferecido. A sopa vinha sem carne, o pão era duro, o copo com água tinha restos de Nescau.

A Bela Filha apaixonou-se por ele, um semi-Deus, ex-predileto dos deuses, porém entendeu que não merecia ser correspondida.

Hoje, Tântalo não é mais rei, e namora a Rosângela, uma garota feia e sem atrativos, porque tem medo de ficar sozinho.

Do grande Igor F. Martins, crítico literário desempregado e escritor ninja.

5 comentários:

  1. Era pra eu ter escrito esse texto, mas fica pra próxima. De todo jeito, é sempre bom ter contribuições!!

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  2. Muito bom!!!!! Difícil encontrar vida inteligente na net...

    Parabéns pelo blog. \0/

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  3. o mano Igor, como sempre, com belos textos

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  4. Parece a história de um cara que tinha baixo auto-estima e era feio. Cresceu, ficou bonito, sua auto-estima foi as alturas, mas ele prefere ficar com a Rosângela.

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  5. Clássicos são clássicos e QI só pra quem pode, parabéns, mil vezes!!!

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