quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Cavalinhos Gregos

A primeira referência que se tem notícia sobre os cavalinhos gregos está numa ânfora encontrada na região do Épiro, e datada do séc. VIII a.C. Nela podemos ver um grupo das pequenas criaturas correndo numa linha ao longo do objeto, como se andassem em círculos.

Na peça anônima Hino Homérico a Hermes, cuja criação remonta aos séculos VII ou VI a.C., os cavalinhos são citados como servos de Hermes, ajudando o deus a entregar as mensagens do Olimpo aos mortais. Dois séculos mais tarde, seriam escritos estranhos versos elegíacos a Hipnos que mencionam os curiosos animais como filhos ou mascotes do deus do sono, e cuja função seria a de fornecer aos homens os mais variados tipos de sonhos de curta duração.

A bibliografia não é muito clara nesse ponto, mas aparentemente o papel que os cavalinhos gregos possuem no mito de Hipnos estaria na verdade relacionado ao mito de Calíope. A diferença, obviamente, está no resultado do contato entre os cavalinhos e os homens.

As próximas referências mais concretas acerca dos cavalinhos gregos estão em alguns bestiários medievais mais desconhecidos, como os de Palencia (1287), de Würzburg (1403) e de Lullus (1357). Em todos esses textos, os pequenos seres fantásticos são associados à inspiração demoníaca e à destruição da fé cristã.

O ceticismo que cresceria após o Renascimento escamoteou as alusões aos cavalinhos. Mas a ciência, que tanto destrói mitos, por vezes também ajuda, como se brincasse, a resgatá-los. Pois há apenas alguns meses atrás, finalmente um trio de cientistas pôde capturar um espécime de cavalinhos gregos. Infelizmente não foi possível manter o animal vivo, desfazendo-se ao primeiro toque numa infinidade de sentidos. Os cientistas, contudo, não ficaram desapontados; pelo contrário, dois deles estão com exposições montadas e o terceiro está prestes a lançar o seu primeiro romance.

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