domingo, 22 de agosto de 2010

É o pâncreas!

O dia começou cedo hoje. Partimos ainda no escuro indo direto pro hospital. O difícil era entender o problema de Tânia, sempre a se segurar nos meus ombros, gemendo e grunhido coisas difíceis de traduzir. E a meio caminho ela grita: é o pâncreas! Achei tão repentina sua atitude que parei de sopetão esperando que ela me falasse como chegou a tamanha conclusão. Ela sem muita demora volta a gemer e grunhir e como acredito ser o certo a fazer nesse caso, não dei a mínima ao ocorrido. Foi assim que conseguimos caminhar em torno de 5 quarteirões, já que o táxi não apareceu a tempo. Ela ficava cada vez mais enrubescida e eu mais preocupado apesar de calado, não sabia bem o que dizer. Dor sempre é um acontecimento que nos tira a paciência e no caso dela parecia ser violenta. Ao entrarmos naquele ambiente esterilizado do hospital sentindo o frio do ar-condicionado no extremo ela simplesmente para e olha pra mim perguntando: o que fazemos aqui? Eu, admito, não soube o que responder. Foi quando tive a impressão de já tê-la vista naquele estado, mas não saberia dizer quando e nem como. Ela então volta a olhar o hospital e quase que escandalizada como se eu tivesse falado as piores coisas da vida sai bufando em passos pesados. Admito que passei alguns segundos para absorver aquilo, mas não tive escolha quando vi que de fato ela estava indo embora. Corri assim os 5 quarteirões de volta para casa vendo ela sempre a frente puta da vida. Ao entrar em casa tira toda a roupa e cai na cama como se nada tivesse acontecido. Eu me aproximo calado, pois não tinha idéia do que era aquilo e em seguida ela se vira abrindo os olhos, falando: o que foi querido? Acordado a essa hora. Venha pra cama... o que está fazendo ai parado? Está me assustando! Venha...

2 comentários:

  1. Bem... esperei um tempo para colocar algo interessante. admito que foi de última hora que escrevi isso, mas não queria fugir ao proposto. Espero ter conseguido... e que tenha ficado bom... =]

    ResponderExcluir
  2. legal o relato! ainda mais um final que remete as panes temporárias do nosso sistema cerebral...

    ResponderExcluir