sábado, 12 de fevereiro de 2011

Menino Deus

Quando Deus morreu, muitos quiseram participar do funeral, alguns para prestar sua homenagem e deixar transparecer a dor pela perda do Pai de todos nós, e outros para se certificar de que o déspota cruel e arbitrário havia realmente batido as botas e deixado a humanidade em paz.

Mas foi uma enorme surpresa para todos, fiéis e infiéis, quando, ao chegarem próximos ao caixão no qual jazia o Criador e darem um boa olhada lá dentro, perceberem que Deus, na verdade, não passava de um garotinho, desses que, mortos e com os olhos fechados, costuma-se dizer que se parecem, aqui não sem um certa ironia, com “anjinhos”.

No fim, ambos os grupos, fieis e infiéis, saíram de lá, por assim dizer, na falta de uma palavra melhor, “vazios”. Nem tanto por terem descoberto, no caso dos primeiros, de que no fim das contas nunca houve ninguém que estivesse realmente cuidando deles, e no caso dos segundos, que a culpa de todos os males do mundo não pertencia efetivamente a ninguém senão a eles mesmos, mas sim porque a morte de uma criança, seja ela um Ser supremo ou a mais comum e vulgar de todas, sempre abre uma ferida no mundo, que nada nem ninguém é capaz de curar.

2 comentários:

  1. Nunca que eu vou postar de novo! Dá até vergonha kkkkkkk

    Parabéns, Lucas! You're the man!

    ResponderExcluir
  2. Oxe, que nada Igor, tem é que postar mais ainda!! =D

    ResponderExcluir